Há algum tempo surgiram diversas notícias sobre supostos vídeos no Youtube que incentivam e ensinam crianças a cometer suicídio. Diziam as notícias que esses vídeos eram inseridos no meio de outros vídeos infantis, sempre com a imagem de uma mulher com expressão estranha, falando com uma voz aterrorizadora, ensinando formas de suicídio, quais objetos utilizar entre outras coisas.
Agora surgiram outras notícias dizendo que há, supostamente, vídeos de um homem, estranhamente fantasiado de pateta, estimulando crianças a cometer suicídio, quais objetos usar, entre outras coisas.
Eu disse supostos vídeos pois até agora não foram encontradas evidências reais de que esses vídeos realmente estejam disponíveis online. O Youtube já se pronunciou oferecendo esforços para buscar tais vídeos e apagá-los, assim como várias organizações de segurança também estão trabalhando no caso, mas até agora nenhum vídeo foi encontrado na plataforma e parece ser, até o momento, um boato espalhado pelo Whatsapp.
Mas isso quer dizer que não há perigo? Claro que há, pois a internet é um lugar com todo tipo de conteúdo, livre para que qualquer pessoa consiga acessar, inclusive seu filho. Essas histórias até agora não se confirmaram, mas ao que tudo indica elas são apenas bodes expiatórios de todos os perigos que a internet oferece.
EDIT: Ambos os casos foram denunciados como boatos. Mais detalhes sobre o caso da “Momo” você descobre clicando aqui e sobre o caso do “Homem-Pateta” clicando aqui.
Mas o que isso tem a dizer aos pais?
É inegável que hoje as crianças passam boa parte de seus tempo livre na internet. É um conforto para os pais, pois assim sabem onde estão seus filhos e conseguem cuidar melhor deles dentro de casa. O problema é que os pais têm confiado muito na internet como uma babá eletrônica e esquecendo de verificar o que essa babá tem mostrado a essas crianças. Sem saber o que está acontecendo, os pais ficam aterrorizados ao primeiro sinal mais concreto de que seus filhos estão correndo perigo. E tanto a “Momo” quanto o “Homem-Pateta” são a personificação desse medo.
Por isso é preciso que o cuidado com crianças na internet deve ser redobrado. Os pais devem ficar atentos para os conteúdos que seus filhos acessam, avaliar históricos de navegação diariamente, verificar perfis em redes sociais, saber com quem as crianças conversam, assistir os vídeos que essas crianças estão assistindo para ter certeza se aquele conteúdo é próprio ou não para aquela idade, conversar com os pais dos coleguinhas para ter outras ideias do que está acontecendo em outras famílias.
Mas não esqueça do principal: converse com seu filho, conheça os interesses dele, pergunte o que ele viu de interessante, com quem conversou, que assuntos surgiram. Esse é um termômetro mais eficiente e vai te mostrar mais do que seu filho tem feito na internet, vai permitir mais ações da sua parte e vai reduzir sua preocupação com essas histórias macabras que surgem de tempos em tempos na internet.
(Observação: Esse post foi inicialmente escrito para falar somente sobre o caso da “Momo” em março de 2019 e atualizado, acrescentando detalhes sobre o caso do “Homem-Pateta” em julho de 2020)